Talvez
este seja o texto mais importante deste blog, pois contaremos uma grande descoberta que fizemos neste ano de 2015, um presente maravilhoso que Deus nos concedeu. Foi-nos revelado um tesouro
de valor inestimável chamado "Educação domiciliar".
No início deste ano, quando finalmente começamos a nos preocupar mais seriamente com os estudos do Victor Hugo, notamos que ele não tinha nenhuma motivação para estudar, sendo raríssimo vê-lo com um livro nas mãos. Sua rotina era: escola
de manhã, vídeo game à tarde e futebol à noite. Além de não estudar em casa e só frequentar a escola, era uma guerra fazê-lo acordar e sair de casa de manhã.
Parecia que estávamos mandando o menino para um campo de torturas. Até então,
achávamos normal essa aversão aos estudos, pois passamos pelo mesmo sofrimento
quando éramos crianças. Ir à escola era um sacrifício que as crianças e os
adolescentes tinham que praticar para alcançar uma profissão decente, assim
como ir ao trabalho é um sacrifício necessário para os adultos. Estávamos conformados em passar a maior parte de nossos dias nos dedicando a
algo que não nos realizava, pois, afinal, um dia teríamos que ganhar o pão de cada dia. Então, estudar e
trabalhar seriam um mal necessário.
Apesar
de até acharmos essa situação normal, ficamos incomodados ao notar que a escola
exigia pouco dos alunos. Quando mudamos o Victor Hugo de escola a intenção era justamente colocá-lo em um colégio que exigisse mais dele e que o obrigasse a estudar. Por isso ficamos um pouco chateados quando percebemos que ele tirava boas notas sem estudar praticamente nada. Como isso pode
acontecer com um garoto que nunca pega em um livro e que tinha aversão aos estudos? Ainda mais quando se trata de uma das escolas mais difíceis e caras de Brasília? É claro
que ficamos felizes por constatar que nosso filho tinha muita facilidade em se dar bem nas provas, mas, ao mesmo tempo, percebemos que seu potencial estava sendo
desperdiçado. E o fato dele estar conseguindo tirar boas notas sem precisar estudar em casa estava fazendo com que ele acreditasse ser possível alcançar sucesso na vida sem esforço algum.
Decidimos
então acompanhar mais de perto o que ele aprendia na escola e tentar incentivá-lo a criar hábitos de estudo e a começar a ler alguns livros. Como contamos em alguns dos posts deste blog, tal decisão nos levou a tristes decepções.
Constatamos que é o próprio sistema escolar que faz com que as crianças tenham aversão ao
estudo. Além disso, vimos que os livros e professores são ávidos em matar a fé
que tentamos passar a nossos filhos. Também foi triste perceber que as amizades
que se formam na escola são pouco saudáveis, como mostraremos mais
adiante.
Apesar
de sermos obrigados a citar o lado negativo das escolas, este texto é sobre a
alegria das descobertas com as quais fomos agraciados por Deus por causa de
nosso interesse pela vida intelectual do Victor Hugo. Precisaríamos de dezenas
de páginas para contar os detalhes desta história, mas contaremos aquilo que consideramos ser o essencial.
a) Como conhecemos a Educação Domiciliar
Somos
católicos e há 10 anos pertencemos a uma comunidade do Caminho Neocatecumenal.
Nosso matrimônio é fruto de nossa comunidade e, portanto, Jesus Cristo é o
centro de nossas vidas e de nossa família. A gratidão a Deus por tudo que nos
foi concedido levou-nos a colocar nossa família à inteira disposição da Igreja e também a discernimos que os estudos eram parte do colocar-se a serviço de Deus, pois
só amamos o que verdadeiramente conhecemos. Desta forma, intensificamos o acompanhamento dos cursos do Padre Paulo Ricardo,
as leituras dos livros de santos e resolvemos iniciar um programa de formação
intelectual com o fim de nos ajudar a ser pessoas melhores e a ter uma vida de
virtudes. É indescritível a alegria de estudar tendo o amor a Deus como
objetivo final.
Muitas
são as pessoas que nos têm ajudado neste período de descoberta da busca do
conhecimento. Grandes santos da Igreja, como Santo Agostinho, Santo Afonso Maria de Ligório,
Santa Teresa de Jesus, Santa Teresinha do Menino Jesus, São Pio de Pietrelcina
e São João Paulo II foram essenciais para nos ensinar que as escolhas do
caminho de santidade são as mais difíceis, exigem coragem, mas que são as
únicas escolhas que temos certeza que darão bons frutos, frutos de vida eterna!
Kiko Argüello, iniciador do Caminho Neocatecumenal, nossos catequistas e os
padres que nos acompanham também são testemunhas vivas do quão maravilhoso é
arriscar totalmente em Deus. Apesar de todas essas pessoas terem sido
essenciais em nossas vidas, há uma pessoa em particular que nós seremos
eternamente gratos por nos ter ensinado um caminho para uma vida intelectual: o
professor Olavo de Carvalho. Foi ele quem nos ensinou que uma vida intelectual
é possível, que é uma vida de amor, e que mais maravilhoso ainda é educar
nossos filhos para essa vida.
Por
meio do professor Olavo, conhecemos outras pessoas, na maioria também alunos seus, que
nos têm ajudado muito, que têm mostrado que é possível viver aquilo que sempre
desejamos, mas sempre descartamos, pois seria impossível em nossos tempos, como
o prof. Rafael Falcón, o prof. Carlos Nadalim, Gustavo e Camila Abadie, e tantos outros. Como resultado prático deste novo estilo
de vida, podemos citar duas atitudes que foram julgadas pela maioria das
pessoas com as quais convivemos como loucura: (i) eu abri mão de um alto cargo
para poder ter mais tempo livre para a minha família, para os estudos e para a
Igreja; (ii) a Juliana, que é advogada e estava muito bem empregada, pediu demissão para, assim, retornar ao lar e se dedicar inteiramente à nossa família. Não podemos deixar de mencionar
que a decisão da Juliana foi muito difícil e que o curso “De Volta ao Lar”, da
Camila Abadie, foi de grande auxílio para ela.
b) Homeschooling,
da excentricidade à realidade
Há
vários anos que ouvimos falar sobre Homeschooling, mas sempre vimos essa
atividade como algo excêntrico de algumas famílias cristãs
norte-americanas. Parecia-nos o ideal
para a educação dos filhos, mas uma utopia para as famílias brasileiras. Foi
somente no início deste ano que, inicialmente por meio do Blog EncontrandoAlegria, pudemos conhecer diversas famílias brasileiras que estão introduzindo
a educação doméstica no Brasil. O tempo livre nos deu a possibilidade de
devorarmos livros, cursos, vídeos e artigos sobre educação e, em particular,
sobre Homeschooling. Depois de ler
diversos testemunhos de dezenas de famílias, podemos afirmar com segurança que
tirar os filhos da escola para educá-los e instruí-los em casa não é somente a
melhor opção, mas é uma necessidade urgente para os pais que têm condições de
fazê-lo.
Um típico dia de estudo em uma família homeschooler |
Há
diversas vantagens do Homeschooling
em relação às escolas, citaremos brevemente algumas aqui, mas teremos que
escrever um post sobre cada uma delas nas próximas semanas. Citaremos a mais
importante por último.
i.
Eficiência
do Ensino
Começando
pelo lado da instrução técnica, podemos afirmar com base em diversas pesquisas
feitas nos Estados Unidos e pelo testemunho de várias famílias brasileiras que educam em casa que as crianças aprendem de modo
muito mais eficiente no lar do que na escola. Nos EUA, onde há mais de dois milhões de crianças sendo
educadas em casa, os resultados dos alunos homeschoolers
nos testes nacionais são sempre muito superiores que os dos alunos de escolas
públicas e privadas. No Brasil, apesar de não haver estatísticas de desempenho,
é notável que os filhos de famílias homeschoolers
aprendem muito melhor que as crianças que vão às escolas tradicionais. Os motivos para a maior eficiência do estudo
em casa são vários, citaremos apenas alguns:
Ø Pais
amam seus filhos mais do que qualquer professor. O amor faz com que os pais se
dediquem mais a fazer a criança aprender do que o professor;
Ø O
ensino é personalizado. Os pais conhecem os interesses, dificuldades e
facilidades dos filhos em aprender. Com
o tempo, ainda que não propositalmente, os pais vão otimizando o ensino segundo
as características de cada filho. O que acontece nas escolas é o contrário: as
crianças com dificuldade não são atendidas e os alunos com facilidade de
aprendizado têm seu potencial podado, pois os professores não podem exigir
deles de modo diferente do que das outras crianças. Os professores ensinam de
um modo para todos os 40 alunos, como se todos aprendessem da mesma maneira,
com o mesmo ritmo;
Ø O
estudo individualizado é muito mais rápido. Uma matéria que um pai demora 30
minutos para explicar, um professor de escola demorará várias horas, pois é
impossível controlar uma turma de 40 crianças. Geralmente 2 horas por dia são o
suficiente para aprender muito mais do que em 5 horas de escola. Como
resultado, cria-se mais tempo para diversão, trabalhos domésticos, oração etc;
Ø Estudar
em casa é menos tedioso. Como as crianças podem estudar ao seu modo e podem
fazer intervalos conforme as características de cada uma, o tédio deixa de ser
um problema. Nas escolas, ao contrário, as crianças são obrigadas a passar
horas sentadas e escutando um professor falar de algo que não lhes interessa;
Ø A
criança aprende a aprender. Os pais podem estimular os filhos a estudar
sozinhos. Várias famílias testemunham que a necessidade da explicação dos pais
reduz com o passar dos anos, chegando ao ponto de adolescentes se interessarem
tanto por um assunto que, ainda que estudando sozinhos, já possuem conhecimento
superior a graduados naquela área.
Ø Homeschooling permite cursos com verdadeiros
especialistas. Além da criança ter mais tempo para cursos presenciais como o
Kumon, o advento da internet nos permite contratar cursos on-line de excelentes
professores que amam o que fazem. Não há mais a necessidade de colocar nossos
filhos nas mãos de pessoas que simplesmente seguem uma apostila que é feita com
um único objetivo de fazer o aluno passar no ENEM.
Nos EUA, os jovens educados em casa sempre conseguem notas mais altas que os alunos de escolas públicas e privadas |
ii. Conteúdo:
aprender o que os grandes gênios da humanidade aprenderam.
Outra
grande vantagem do Homeschooling é o conteúdo
ensinado. Os pais não precisam se ater ao conteúdo exposto em livros escritos
apenas para satisfazer uma determinação de algum político. É verdade que uma
hora ou outra, tanto no Brasil como nos EUA, os alunos que são educados em casa
deverão prestar exames de nivelamento, como o ENEM. No entanto, após vários
anos de educação doméstica, estudar para o ENEM passa a ser uma trivialidade.
Um jovem que recebeu Educação Clássica, baseada no Trivium, não terá nenhuma dificuldade em aprender o conteúdo desses
exames. Aliás, ele aprenderá qualquer matéria, de qualquer área do
conhecimento, muito melhor que a grande maioria dos estudantes de escolas. Em
breve, publicaremos um post explicando o que é Educação Clássica, mas, por
hora, atemo-nos a dizer que os maiores gênios da humanidade foram educados em
modo clássico.
iii.
Formação
humana: valores morais, virtude e vícios.
O Homeschooling oferece um ambiente melhor para cultivar valores morais nos filhos. É
fato notório a todos que as escolas ensinam às crianças valores que são
contraditórios ao que nós ensinamos aos nossos filhos. Basta analisar o
conteúdo de algumas aulas de educação sexual para constatarmos isso. Ao
acompanhar os estudos dos filhos de perto, podemos cultivar neles as virtudes e
corrigir seus vícios. Por mais que pais
de filhos que vão à escola deem o seu melhor, é muito difícil detectar um vício
de uma criança quando se convive com ela somente nos momentos de lazer. Por
exemplo, há crianças que são compulsivamente mentirosas ou que são preguiçosas
e egoístas, mas os pais só descobrirão essas características nos filhos quando
será tarde demais para corrigir.
iv.
Homeschooling não permite a socialização?
Ainda
que as pessoas se convençam de todas essas vantagens, há um ponto que quase
todos objetam: a socialização. Por incrível que pareça, a maior objeção é
também um dos maiores ganhos. As crianças aprendem a se socializar muito melhor
sendo instruídas em casa do que na escola. Os motivos são vários: eles aprendem
a tratar as pessoas com mais educação; são ensinados a ser caridosos, a servir
as outras pessoas; convivem com gente de todas as idades, ao contrário da
realidade escolar. Dizem que nas escolas as crianças aprendem a lidar com as
diferenças. Não é essa a realidade que vemos: na escola as crianças aprendem a
tirar sarro de quem tem algum defeito físico; isolam os 'nerds'; humilham os efeminados.
Na escola, eles aprendem a seguir a moda, a falar e comportar-se como como se
pertencessem a gangues. As crianças aprendem que devem ser aceitas e admiradas por
seus pares a qualquer custo. Não, essa não é a socialização que desejamos para
nossos filhos. O Victor Hugo, por exemplo, tem vários amigos da Igreja, de
todas as idades, filhos de famílias que conhecemos, que compartilham da mesma
fé. Além disso, ele tem primos, tem os amigos do futebol, do Krav Maga e ainda tem os colegas do condomínio. Socialização é o que não falta.
v. Igreja
Doméstica: a maior graça de ser uma família Homeschooler.
Não
bastassem todas as vantagens acima descritas, há ainda a mais valiosa de todas
para uma família cristã: o Homeschooling
permite que cumpramos o que prometemos diante do altar em nosso Matrimônio e no
batismo de nossos pequenos: educar os filhos na fé. Colocar as crianças no
caminho da santidade deve ser o objetivo número um dos pais cristãos. Afinal,
de que adianta ganhar o mundo e perder a alma? Nós temos que agir com sinceridade
e nos perguntar se estamos criando nossos filhos para o Céu ou para serem
grandes profissionais e ricos? É triste ver pais católicos que ficam arrasados
se os filhos não se encontram profissionalmente, mas não se entristecem se eles
abandonam a fé.
Em um
lar onde se pratica o Homeschooling,
o estilo de vida da família muda e Jesus Cristo passa a ser o centro de tudo:
os pais podem catequizar seus filhos muito melhor do que nas paróquias; cria-se
um tempo no dia para a leitura das Sagradas Escrituras e do Catecismo; as
crianças possuem momentos de oração, como o Rosário em família; a vida
sacramental passa a ser mais intensa, com os pais levando sempre as crianças
para a Confissão e a Eucaristia. Enfim, pode-se viver a Igreja Doméstica com
muito mais facilidade do que em uma casa em que os pais saem para trabalhar de
manhã cedo e só veem os filhos à noite.
A família deve ser uma Igreja doméstica |
A
educação domiciliar também preserva os filhos do bombardeamento anticristão que
eles recebem na escola. Essas pobres criaturas passam por doze anos de
doutrinação esquerdista, socialista, progressista, feminista e tantos outros
“istas” que possuem em comum o ódio à Igreja. É um milagre que algumas poucas ainda permaneçam cristãs. Mesmo que as levemos à Igreja, às catequeses, à Missa semanal, que
tentemos ensiná-las em casa, não dá para concorrer com 25 horas semanais de
doutrinação anticristã. Hoje em dia, tudo é motivo para os livros e professores
falarem mal da Igreja, como se fosse a grande vilã do universo. Até mesmo nas
aulas de Língua Portuguesa os alunos estão sendo ensinados a odiar a Igreja,
como já mostramos em posts anteriores. Portanto, se os pais cristãos têm a
possibilidade de fazê-lo, tirar os filhos da escola torna-se uma obrigação, não
uma mera opção.
c) Os maiores medos na hora da escolha pelo
Homeschooling
Já ouvimos diversas vezes a mesma
pergunta: sei que o Homeschooling é o melhor para os filhos, mas é legal? Não
serei processado? Escreveremos um post sobre a posição jurídica do Homeschooling no Brasil, que ainda é
muito nebulosa, mas já podemos adiantar que ninguém vai pra cadeia nem perde a
guarda dos filhos por praticar educação domiciliar. Também não há impedimento
aos filhos para ingressar na universidade. A tendência é que educação em casa
seja regulamentada nos próximos anos. Detalharemos tudo isso posteriormente. O
mais importante no momento é refletir sobre o objetivo de educar alguém. Você
faria um mal a seu filho ou mesmo deixaria de lhe fazer um bem somente porque políticos
determinaram as regras para a sua vida familiar? Lembremos que leis são elaboradas e aprovadas
por políticos que têm o bem de nossas famílias como a última de suas
preocupações. Não somos anarquistas, não estamos dizendo que temos que ignorar
o Estado de direito, a Constituição etc. O que afirmamos é que, como Cristãos,
devemos obediência primeiramente a Deus e à Igreja e, como pais, temos que amar nossos
filhos e fazer o melhor para eles. Se as leis do Estado nos obrigam a
desobedecer as leis de Deus ou a fazer um mal à nossa família, temos a
obrigação moral de praticar a desobediência civil. Temos que honrar o sangue
dos milhões de mártires que derramaram seu sangue por escolher obedecer a Deus
e não ao Estado. Se tivermos medo de um
pedaço de papel, imaginem o dia em que tivermos uma faca no pescoço, como hoje acontece com nossos
irmãos no Oriente Médio?
O
outro medo de se praticar Homeschooling é a desconfiança da capacidade dos pais
em ensinar os filhos. Vemos muitos pais dizendo que não se sentem seguros, pois
têm pouca instrução acadêmica e não possuem técnicas pedagógicas adequadas. No entanto,
o que eles não percebem é que a partir do nascimento do filho, eles já estão ensinando
seus filhos. Se os ensinamos a comer, a andar, a falar, a urinar no vaso etc.,
também podemos ensiná-los o que eles aprendem na escola. Nós não estamos
falando de física quântica, mas de alfabetizar, de ensinar os filhos a ler e
escrever e outras coisas simples. Na verdade, por conhecer nossos filhos melhor
que qualquer professor, teremos mais facilidade em alfabetizá-los. É evidente que essa decisão demandará um esforço, pois nós teremos
que aprender uma metodologia de ensino. Existem vários livros que ensinam como
alfabetizar, mas depois de muitas pesquisas e testemunhos, chegamos à conclusão
que não há nada melhor no mercado do que o curso do professor Carlos Nadalim.
Vale muito a pena assistir aos testemunhos de quem fez seu curso e aplicou seu método em casa. Quando os filhos vão crescendo, as matérias vão ganhando maior complexidade,
mas não é nada que os pais não possam aprender junto com os filhos. Chegará um
momento que os pais serão menos professores e mais diretores de estudo dos filhos,
pois eles estarão estudando temas muito complexos sozinhos.
d) Tomando a decisão
Escrever
as maravilhas da educação domiciliar é muito fácil, mas tomar a decisão é muito
mais difícil. As pessoas do nosso século não foram educadas para fazerem o bem, para serem corajosos. Muito pelo contrário, nós
fomos adestrados a fazer aquilo que for necessário para sermos aceitos pela
maioria da sociedade. Portanto, para livrar nossos filhos desse grande mal que
nos afligiu, temos que nos violentar para quebrar essas correntes. Tomemos nossa própria família como exemplo: tivemos que reduzir nossa renda familiar
pela metade para mudar nosso estilo de vida e buscar a santidade em família; vendemos nossos dois carros e optamos por ter apenas um; passamos a ir menos a restaurantes
caros; adiamos o sonho da casa própria; diminuímos as viagens; passamos a ter uma vida um pouco mais modesta, em
todos os sentidos. Qual foi o resultado? Hoje somos muito mais felizes, apesar
de sermos chamados de fanáticos por alguns amigos e familiares. Abandonar a mediocridade é ofensivo para quem quer permanecer sendo medíocre. Portanto, ao tomarmos a decisão de não mais sermos guiados pelo mundo, temos que ter ciência que os elogios serão poucos e as críticas serão incontáveis.
Para
fazer Homeschooling, os pais devem
estar mais presentes em casa. Se um pai e uma mãe trabalham o dia inteiro longe
do lar, é impensável não enviar os filhos à escola. Existem famílias em que os
pais são obrigados a passar o dia afastados dos filhos, pois de modo diverso não
conseguiriam sobreviver. No entanto, há outros casos, como o nosso, em que essa
escolha é entre o bem da família e uma vida supérflua. Nós escolhemos pelo bem de
nossa família. Não somos ricos, não temos carrão, nossa vida está longe de ser "padrão Rede Globo", mas temos tranquilidade e harmonia dentro do nosso lar. Temos tempo e disposição para educar nosso filho, servir à
Igreja, estudar e rezar. Enfim, podemos ser uma família cristã. E temos certeza
que Deus não nos desamparará.
Prezada Juliana,
ResponderExcluirQue bênção encontrar, quase por acaso, esse texto. Eu e minha esposa também somos do Caminho Neocatecumenal, também fomos alunos do Carlos Nadalim, sou fã do Olavo de Carvalho e tenho muita vontade, mas ainda não tive coragem, de colocar em prática o homeschooling. Gostaria muito de poder encontrar vocês e conversar sobre isso. Vocês poderiam nos receber?
A Paz!
Claro Gustavo! Caminhamos na Nossa Senhora da Assunção em Águas Claras. O Marcelo me disse que vcs caminham na Nossa Senhora da Esperança não é? Ele trabalha na Asa Norte, e disse que vcs podem combinar de almoçar juntos um dia. O que acha?
ExcluirQue belo texto. Estou conhecendo e estudando ou tentando estudar sobre educação domiciliar, tenho um filho de 7 anos, sou Pedagoga, e estou muito incomodada com a imoralidade e também com a aversão que meu filho tem tido de estudar. Gostaria muito de conversar com alguém, e meu esposo é completamente contra, desejo conseguir mostrar a beleza e a necessidade da educação domiciliar. Deus os abençoe!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Juliana, primeiramente parabéns por sua decisão de investir na santidade de sua família. Nós temos pensado em optar pelo homeschooling porém, uma dúvida que temos e não encontramos a resposta em lugar algum é: como deve ser o processo de retirada da criança da escola? (Devemos solicitar algum documento a escola ou apenas explicar que não faremos a re-matricula? [uma vez que a escola de nossas filhas é particular]).
ResponderExcluirVocê poderia nos aconselhar nesta questão?
Muito obrigado.