Acompanhar de perto os estudos do Victor Hugo tem sido um grande
choque. Pudemos constatar duas tristes realidades: primeiro, que as escolas
nivelam os alunos por baixo e não oferecem nenhum desafio. O conteúdo é
muito pobre e chato de se aprender; segundo, que esses meninos passam 5 horas
por dia sendo bombardeados com conteúdo anticristão e, na maioria das vezes,
cheio de mentiras. Foram várias as ocasiões nas quais constatamos esse
atentado à inteligência e à formação moral e cultural de nosso filho. Citarei
neste post somente um desses fatos: a feira medieval da escola. Em publicações
futuras, nós citaremos outros acontecimentos que deixam qualquer pai
que tenha a mínima preocupação com a formação intelectual, moral e
espiritual dos filhos de cabelo em pé.
Anualmente, o colégio organiza
uma feira medieval com os alunos do 7º ano. Aparentemente, é tudo
muito bonito e bem feito: as crianças vão vestidas com roupas típicas da
idade média (frades, freiras, cruzados etc.); o pátio é todo decorado para
entrar no clima alegre e bucólico que nos remete ao período medieval. No
entanto, a beleza acaba quando começamos a ouvir as apresentações. No ano
passado, visitamos a feira pela primeira vez e tivemos e desprazer de ver quão
ruim era a preparação das crianças. Elas simplesmente decoravam alguns segundos
de fala para explicar alguma característica da Idade Média, mas não sabiam nada
além de sua fala. O pior é que, do pouco que decoravam, pouco se encontrava de
verdade. Passado um ano, chegou a vez do Victor Hugo participar da feira,
que tinha peso para a nota final de história. Ele acabou sendo sorteado
para fazer parte do grupo que trataria da vida religiosa na idade
média. Apesar de não ser historiador, tenho um grande interesse
por história medieval. Também pude trabalhar com historiadores sérios, os
quais me ensinaram que estudos de história devem ser
realizados com muito trabalho de campo, com buscas de documentos que
nos permitam reconstruir, ainda que de forma imprecisa, um período anterior.
Escrever livros com afirmações sem fontes confiáveis é atividade de romancista,
não de historiador. Infelizmente, os livros de história que são adotados pelas
escolas são quase todos meros romances com um único intuito de difamar todos os
inimigos dos socialistas, a começar pela Igreja Católica.
Devido ao meu interesse pelo tema e à nossa preocupação com a
veracidade do que o Victor Hugo fosse apresentar, estudamos o conteúdo de suas
aulas e de sua apostila. Chegamos à esperada conclusão: ele teria que
fazer uma apresentação mentirosa que atacava sua própria fé. Obviamente
não aceitamos tal situação e a Juliana acabou conversando com o coordenador da
escola, pedindo para que o Victor não participasse da feira. O coordenador
pediu para que apresentássemos uma solicitação por escrito, explicando os
motivos de nosso pedido. Coube a mim provar que o conteúdo apresentado em
aula para os alunos não passava de mentiras. Passei vários dias pesquisando
livros e artigos dos principais historiadores medievalistas da atualidade para
compor um documento confiável, ao contrário do material didático utilizado pelo
colégio. Após muito trabalho, apresentamos um documento de mais de 20 páginas,
refutando o conteúdo passado aos alunos. Como consequência, o professor de
história se reuniu com a diretoria e decidiram deixar o Victor Hugo livre
para apresentar o conteúdo que quisesse ou mesmo que não participasse da feira,
sem prejuízo à sua nota final. Decidimos por deixá-lo participar, uma vez que
sua apresentação se restringiu a falar da vida dos frades e freiras na idade
média.
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