quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Sobre a Feira Medieval

Acompanhar de perto os estudos do Victor Hugo tem sido um grande choque. Pudemos constatar duas tristes realidades: primeiro, que as escolas nivelam os alunos por baixo e não oferecem nenhum desafio. O conteúdo é muito pobre e chato de se aprender; segundo, que esses meninos passam 5 horas por dia sendo bombardeados com conteúdo anticristão e, na maioria das vezes, cheio de mentiras. Foram várias as ocasiões nas quais constatamos esse atentado à inteligência e à formação moral e cultural de nosso filho. Citarei neste post somente um desses fatos: a feira medieval da escola. Em publicações futuras, nós citaremos outros acontecimentos que deixam qualquer pai que tenha a mínima preocupação com a formação intelectual, moral e espiritual dos filhos de cabelo em pé. 

Anualmente, o colégio organiza uma feira medieval com os alunos do 7º ano. Aparentemente, é tudo muito bonito e bem feito: as crianças vão vestidas com roupas típicas da idade média (frades, freiras, cruzados etc.); o pátio é todo decorado para entrar no clima alegre e bucólico que nos remete ao período medieval. No entanto, a beleza acaba quando começamos a ouvir as apresentações. No ano passado, visitamos a feira pela primeira vez e tivemos e desprazer de ver quão ruim era a preparação das crianças. Elas simplesmente decoravam alguns segundos de fala para explicar alguma característica da Idade Média, mas não sabiam nada além de sua fala. O pior é que, do pouco que decoravam, pouco se encontrava de verdade. Passado um ano, chegou a vez do Victor Hugo participar da feira, que tinha peso para a nota final de história. Ele acabou sendo sorteado para fazer parte do grupo que trataria da vida religiosa na idade média. Apesar de não ser historiador, tenho um grande interesse por história medieval. Também pude trabalhar com historiadores sérios, os quais me ensinaram que estudos de história devem ser realizados com muito trabalho de campo, com buscas de documentos que nos permitam reconstruir, ainda que de forma imprecisa, um período anterior. Escrever livros com afirmações sem fontes confiáveis é atividade de romancista, não de historiador. Infelizmente, os livros de história que são adotados pelas escolas são quase todos meros romances com um único intuito de difamar todos os inimigos dos socialistas, a começar pela Igreja Católica. 

Devido ao meu interesse pelo tema e à nossa preocupação com a veracidade do que o Victor Hugo fosse apresentar, estudamos o conteúdo de suas aulas e de sua apostila. Chegamos à esperada conclusão: ele teria que fazer uma apresentação mentirosa que atacava sua própria fé. Obviamente não aceitamos tal situação e a Juliana acabou conversando com o coordenador da escola, pedindo para que o Victor não participasse da feira. O coordenador pediu para que apresentássemos uma solicitação por escrito, explicando os motivos de nosso pedido. Coube a mim provar que o conteúdo apresentado em aula para os alunos não passava de mentiras. Passei vários dias pesquisando livros e artigos dos principais historiadores medievalistas da atualidade para compor um documento confiável, ao contrário do material didático utilizado pelo colégio. Após muito trabalho, apresentamos um documento de mais de 20 páginas, refutando o conteúdo passado aos alunos. Como consequência, o professor de história se reuniu com a diretoria e decidiram deixar o Victor Hugo livre para apresentar o conteúdo que quisesse ou mesmo que não participasse da feira, sem prejuízo à sua nota final. Decidimos por deixá-lo participar, uma vez que sua apresentação se restringiu a falar da vida dos frades e freiras na idade média.



Obra de Giotto di Bondone, grande artista medieval que certamente nunca será apresentado aos estudantes brasileiros, já que jogaria por terra a crença da Idade Média como Idade das Trevas.


Apesar do grupo do Victor Hugo não ter apresentado nada de muito grave, alguns outros grupos fizeram exposições com afirmações absurdas. Um deles chegou a afirmar que a Igreja, por meio da Inquisição, matava todos aqueles que não criam em Deus. Pior ainda é que muitos desses alunos eram filhos de famílias católicas que foram obrigados a difamar sua própria Igreja. Somente uma pessoa que nunca estudou história da Inquisição pode ensinar algo tão repugnantemente inverídico. Obviamente nos arrependemos de ter permitido a participação do Victor Hugo naquele festival de mentiras. Mas essa experiência serviu para nos mostrar a importância de estarmos atentos ao conteúdo do que é ensinado aos nossos filhos. A partir desse episódio, decidimos que iríamos complementar os estudos do Victor Hugo em casa. 

Como podemos confiar a educação intelectual de nossos filhos a escolas que nem mesmo se esforçam por ensinar a verdade aos seus alunos? Parece-me que o único objetivo dessas instituições é fazer os alunos passarem no vestibular, nem que para isso formem uma geração de jovens estúpidos e idiotizados. Nem mesmo podemos chamá-los de estudantes, porque não estudam, apenas recebem de forma passiva a doutrinação ideológica que é fruto de 40 anos de domínio da esquerda nas universidades brasileiras.

Que São José, protetor das famílias, nos ilumine e proteja nessa árdua caminhada.

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