Um novo ano começa e vislumbramos
muito trabalho pela frente!
O ano passado foi certamente um
marco em nossas vidas e a melhor palavra para defini-lo é “mudança”. Foi em
2015 que nosso casamento “tomou forma” e nossos laços familiares também. Foi
quando eu fiz o curso “De volta ao Lar” da Camila Abadie e comecei a traçar
esse árduo caminho de redescobrimento da vocação a qual fui chamada por Deus.
Também foi o ano que abrimos os olhos para as mazelas da atual realidade
educacional brasileira e, como resposta às nossas angústias, descobrimos o
Homeschooling e suas inúmeras vantagens. Também foi o ano em que criamos o blog
“Na via do Saber”, com o intuito de chamar a atenção das pessoas,
principalmente de nossos amigos e familiares, para os absurdos que vem acontecendo
no mundo da educação e ajudá-las a descobrir e entender um pouco sobre a
Educação Domiciliar. Tentamos mostrar que há alternativas para os pais que
simplesmente não desejam ver seus filhos à mercê de um ensino ineficiente, que
limita a capacidade das crianças e que, como se não bastasse, ainda é tomado
por ideologias de esquerda. Tentamos apresentar um caminho possível para pais
que desejam, nas palavras do Papa Francisco, voltar do seu exílio — porque se
auto-exilaram da educação dos próprios filhos — e recuperar a sua função
educativa.
O blog começou em agosto do ano
passado e iniciamos procurando demonstrar a baixa qualidade do ensino e como o
sistema escolar no Brasil está totalmente dominado por ideologias mentirosas e
demoníacas. Mas como nossa intenção não era sermos um clipping de notícias
sobre a péssima educação escolar no Brasil, partimos para o lado bom da “coisa”
e apresentamos o Homeschooling como uma possível solução para nossos problemas.
Inicialmente explicamos o que é o
Homeschooling, depois procuramos discutir os pontos mais controversos que
norteiam a temática, como a socialização das crianças, nossa capacidade para
ensiná-las e a legalidade de sua prática no Brasil. Nesse período,
paralelamente ao blog, estávamos muito concentrados em estudar tudo quanto
possível sobre a educação domiciliar. Fizemos os cursos “Homeschooling 1.0” da
Camila Abadie e “Educação Literária da Criança” do professor Rafael Falcón;
passamos a acessar diversos blogs brasileiros e americanos de famílias que já
praticam essa modalidade de ensino; entramos em fóruns sobre Educação
Domiciliar no Brasil; lemos diversos livros, como “Catholic Education: Homeward
Bound” da Kimberly Hahn e Mary Hasen, “Designing Your Own Classical Curriculum – A Guide
to Catholic Home Education” da Laura Berquist, “Teaching the Trivium” da Harvey
& Laurie Bluedorn e também “Well-trained Mind – A Guide to Classical
Education at Home” de Susan Wise Bauer e Jessie Wise. Além dos estudos, ainda
fizemos muitas amizades com famílias homeschoolers, as quais estamos sempre em
contato, trocando experiências e recebendo apoio e incentivo.
Em 2015, apesar do nosso filho
ainda estar frequentando a escola, passamos a acompanhar sua educação mais de
perto e complementávamos seus estudos em casa. Ainda que estivéssemos certos
que o melhor para ele seria o Homeschooling ainda não nos sentíamos preparados
para assumir tamanha responsabilidade. Além do receio quanto à nossa
preparação, ainda não tínhamos falado com o pai biológico do Victor Hugo e não
poderíamos iniciar tamanha mudança na vida dele sem o seu consentimento.
Pois bem, nas férias de dezembro
fomos à cidade do pai do Victor e, após uma longa, produtiva e esclarecedora
conversa, conseguimos um aceno positivo para começarmos a praticar a educação
domiciliar. Existem diversas formas de praticar essa modalidade de educação e, a
princípio, nossa intenção era oferecer uma educação clássica, no
entanto, o pai dele, movido por uma preocupação natural para quem não conhece o
ensino clássico, impôs algumas regras, as quais estamos dispostos a cumprir,
como não deixar de dar todo o conteúdo que seria ministrado na escola.
Portanto, tentaremos compatibilizar a educação clássica com as matérias escolares. Além da questão das disciplinas, temos ainda que resolver um problema: o Victor Hugo já está na idade correspondente à fase lógica do Trivium, mas ele não passou adequadamente pelo estágio gramatical. Então teremos que suprir suas deficiências relacionadas ao estágio gramatical antes de entrarmos propriamente na fase lógica. Ainda não
sabemos exatamente como o Victor responderá ao currículo que estamos montando e estamos cientes que talvez tenhamos que fazer muitas
mudanças em nosso planejamento. Mas estamos muito confiantes e animados.
Por fim, desde que chegamos de nossas
férias, estamos trabalhando muito no currículo do Victor Hugo (por isso a ausência de
posts aqui no blog). Também estamos montando uma grade horária e mudando toda
nossa rotina. Realmente a educação domiciliar requer muita dedicação e toda a
família tem que estar disposta a mudar seus hábitos para que ela seja possível.
Temos que ser comprometidos e ter disciplina, mas sabemos que valerá muito a
pena.
Em breve voltaremos com um post no qual pretendemos compartilhar
o currículo que montamos para nosso filho de 13 anos referente ao oitavo ano do
ensino fundamental II. Desejamos a todos que esse ano seja um ano de muito aprendizado e que possamos entrar na maravilhosa via do saber, sempre comprometidos com a busca da Verdade que é Jesus Cristo.